segunda-feira, julho 29, 2013

das palavras que não são só levadas pelo vento

 "uma miúda que aprendeu o valor das palavras doces"

sou uma miúda de palavras. muitas vezes, quando por breves instantes me consigo ouvir, sorrio e imagino-me uma metralhadora. as minhas pessoas conhecem já a minha rapidez e abundância no discurso. os outros, ultrapassada a barreira da timidez, rapidamente descobrem o quão difícil é calar-me. há muito pouco a fazer, sou uma miúda que gosta de partilhar, sejam experiências, histórias, memórias, projectos ou sonhos. mas sou também uma miúda crescida que aprendeu o valor das palavras doces, das palavras de perdão e de agradecimento. a miúda que cedo sentiu na pele a necessidade das palavras de esperança, das palavras de ajuda e principalmente de amor. uma ainda miúda que, todos os dias, se apaixona pelos sorrisos que conquista nos rostos alheios. 

mas também sou uma miúda que tem um terrível e (ir)racional medo das palavras. dos mal-entendidos. das palavras com segundas intenções. dos insultos. das palavras que agridem, que criticam. dos julgamentos. dos diz-que-disse. das mentiras. assustam-me palavras azedas, palavras intoxicadas pelo ódio. por isso, e tantas outras vezes, refugio-me no silêncio, porque mesmo quando já não sou apenas uma miúda, a ignorância continua a ser uma benção.

Sem comentários:

Enviar um comentário

obrigado pela tua partilha :)