quarta-feira, julho 31, 2013

dos amanhãs

 e da fé

planear. ora aqui está um verbo capaz de me provocar um surto de urticária até à alma. sonhar é aquilo que faço melhor, acordada ou a dormir - e em nada me afligem os sonhos que vou guardando na prateleira para depois, para um dia - são os planos que a vida vai proporcionando, e outros que me vai exigindo, que me deixam a panicar. fico até com medo só de escrever sobre o assunto.

quando a espera se faz por alguns dias, ou na loucura por uma ou duas semanas, sinto um nervoso miudinho, mas é um stresse que consigo gerir com relativa facilidade. os dias atropelam-se e quando dou conta já passou... são os planeamentos a médio e longo prazo que me tiram o sono. e, como diz o povo, é aí que a porca torce o rabo. nesses momentos o tempo torna-se um inimigo, porque conforme se contam os dias somam-se expectativas. e as expectativas invariavelmente geram desilusão. e é por isso que às vezes não gosto da arbitrariedade da vida.

às vezes gostava que um semáforo miraculosamente se acendesse à minha frente: verde "avança sem medo"; amarelo "cuidado, pondera mais um pouco"; vermelho "estrada fechada, insistes e vais te esborrachar mais à frente". mas na ausência de um guia há um mantra a repetir, a cada plano traçado, "take a leap of faith". como uma instrução obrigatória da vida, que me acompanha, todos os dias, assim que coloco os pés fora da cama.

porque é esse voto de confiança, que damos a nós e aos outros, que nos permite, não apenas viver, mas voar mais alto. e toda a gente sabe que a vista do céu é para lá de espectacular.

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